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COVID-19: Campanha TRANSolidariedade do CeR-LGBTQI+/UFJF, CRDH e Grupo Força Trans em Juiz de Fora

Atualizado: 3 de jun. de 2020



 

VÍDEO DA CAMPANHA TRANSOLIDARIEDADE


O Programa de Extensão - Centro de Referência de Promoção da Cidadania LGBTQI+ (CeR-LGBTQI+) e Projeto de Extensão - DIVERSE – Observatório da Diversidade Sexual e de Gênero: Políticas, Direitos e Saúde LGBT, ambos da Faculdade de Serviço Social da UFJF, em parceria com o Centro de Referência de Direitos Humanos de Juiz de Fora e Território Mata (CRDH) e o Grupo Força Trans está desenvolvendo uma ação coletiva no cenário de combate à COVID-19 na cidade de Juiz de Fora, voltado para o seu público, a população LGBTQI+, mas, em particular, a população de mulheres transexuais e travestis em situação de vulnerabilidade social, em situação de rua e de prostituição.

Isso se justifica porque com o aumento do número de casos e mortes confirmados e o avanço da pandemia da COVID-19 para quase todas as cidades do Brasil, colocando o país, infelizmente, como o segundo lugar no ranking do cenário mundial desses casos e mortes, entendemos, desde março, que era o momento de ampliarmos as ações coletivas com foco na solidariedade para chegar cada vez mais as pessoas que se encontram com múltiplas vulnerabilidades sociais.


Assim, nasce a Campanha TranSolidariedade dessa parceria entre CeR-LGBTQI+, CRDH e o Grupo Força Trans, que tem por objetivo o apoio às trabalhadoras de sexo (travestis e mulheres transexuais) no município de Juiz de Fora/MG que, em decorrência do atual cenário de pandemia do Coronavirus (COVID-19), não podem trabalhar nas ruas a fim de evitar o contágio, prejudicando seu sustento e sobrevivência.

Desta forma, uma das frentes da campanha é em relação a arrecadação virtual, para tanto, montamos uma vaquinha virtual para apoiar essas trabalhadoras, bem como custear a compra de itens essenciais nesse período, como detergente, álcool 70, cloro, água sanitária, desinfetante, sabão em barra, sabonete, álcool em gel, máscaras etc.

Qualquer quantia recebida é de extrema importância.

O link da vaquinha da campanha é: https://abacashi.com/p/campanha-transolidariedade---jfmg [1]


Para ampliar nossa rede, outra frente é a de arrecadação de donativos que está sendo feito de forma presencial na sede do CRDH, à Rua Vitorino Braga, 126 B, bairro Vitorino Braga, Juiz de Fora, das 11h:30m às 14h:30m, de segunda a sexta-feira. Tendo em vista a suspensão das atividades acadêmicas e administrativas da FSS e na Casa Helenira Preta, onde se localiza o CeR-LGBTQI+.


Nesse contexto, de forma conjunta, CeR-LGBTQI+ e CRDH fizeram o cadastramento dessas mulheres transexuais e travestis trabalhadoras de sexo para receberem os benefícios arrolados, criando um grupo no whatsapp e pautando a orientação sobre os benefícios socioassistenciais governamentais, desde o cadastro único (Cad-Único), programa de segurança alimentar (PSA) que oferece cesta básica, programa bolsa família (PBF), benefício de prestação continuada (BPC) da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), bem como o recente Programa de Auxílio Emergencial ao Cidadão (renda emergencial de R$ 600,00 por pessoa) do governo federal aprovada pelo Congresso Nacional. Para todos os benefícios existem critérios de elegibilidade, como o da renda emergencial, em que essas trabalhadoras informais ou autônomas ou desempregadas, com renda familiar per capta inferior a 1/2 salário tem direito.


Com isso evitamos que essas trabalhadoras adoeçam e vão para as ruas, na medida em que elas precisam se protegerem também do coronavírus. A partir de vários esforços individuais e coletivos produzindo uma rede ampla de solidariedade, constituímos em outra frente, também de forma parceira e coletiva, a de recepção e distribuição de cestas básicas e máscaras de pano para essas mulheres transexuais e travestis trabalhadoras de sexo em situação de vulnerabilidade social.


Mantemos essas atividades de arrecadação de donativos, cadastramento (tanto no CeR-LGBTQI+ e no CRDH) para novas mulheres trans e travestis, orientação sobre os benefícios socioassistenciais governamentais, recepção e distribuição de cestas básicas e máscaras e a vaquinha virtual. Portanto, fomos convidados pelo CRDH, que em parceria com a Fórum 8M de Juiz de Fora e o SINTUFEJUF, que protagonizam a campanha “Fique em casa, seja solidária(o) - Mulheres em defesa da vida”, de inserirmos esse público de mulheres aos produtos dessa campanha. Na medida em que o público-alvo dessa campanha são as mulheres, tanto as da comunidade Parque das Águas listadas no Programa Bolsa Família pela Escola Estadual Olavo Costa e, a critério da direção da escola, famílias de alunas(os) mais carentes, como as que se encontram em situação de rua (Casa de Passagem, Restaurante Popular e pontos específicos fora dos abrigos), incluímos as mulheres trans e travestis cadastradas pelo CRDH, de forma parceira com o CeR-LGBTQI+, para receberem kits de higiene e limpeza de forma presencial, tanto os kits da campanha acima, como os kits do próprio CRDH.



Assim, associada a campanha e convocada por essa, através do CRDH, mantivemos o contato permanente com as mulheres transexuais e travestis em situação de prostituição no grupo do whatsapp, para tratarmos, junto à elas, de quais seriam os itens de higiene e limpeza necessários que elas precisam para que devolvendo ao CRDH, esse pudesse negociar as possibilidades junto as outras entidades da coordenação da campanha: Fórum 8M de Juiz de Fora e SINTUFEJUF. Desta forma, a demanda das meninas foram os seguintes itens: Pasta de dente, sabonete, sabão em pó, detergente, sabão em barra, desinfetante, álcool em gel, álcool líquido, água sanitária, shampoo, condicionador e creme para pele.


Cabe reforçar que independente da campanha acima, o CRDH forneceu 10 kits mais simples e a campanha em si, 15 kits mais completos. Portanto, as travestis e mulheres trans em situação de vulnerabilidade social receberam 25 kits ao todo. Somado a isso, fomos contactados pela coordenadora do Grupo Mães pela Diversidade, Rosangela Gonzaga, outra parceira do CeR-LGBTQI+, para recebermos e distribuirmos 27 pares, do número 35 ao 38, de sandálias rasteirinhas. Diante disso, a proposta foi de entregar os kits e as rasteirinhas juntas, como foi da outra vez, as cestas básicas e as máscaras, para evitar o contato constante frente ao contágio do coronavírus.


No momento, de forma parceira, o CeR-LGBTQI+ e o Projeto de Extensão DIVERSE – Observatório da Diversidade Sexual e de Gênero: Políticas, Direitos e Saúde LGBT, juntos ao CRDH, mas coordenado e executado pelo último, tendo em vista ser uma organização social da sociedade civil com cadastro de pessoa física chancelada pelo Instituto de Educação e Cidadania (IEC), elaboramos um projeto, frente a oportunidade de financiamento pela OutRight Action International[2], que está selecionando projetos para financiar ONGs que trabalham com a população LGBTQI+ durante a pandemia da Covid-19. Dentre os temas financiados: a) Serviços de saúde às populações LGBTIQ impactadas pelo COVID-19; b) Alimentação e moradia para pessoas LGBTIQ afetadas pelo COVID-19; c) Serviços de emergência para sobreviventes LGBTIQ de violência doméstica; e d) Organizações que trabalhem com o monitoramento e documentação dos níveis de violência homofóbica e transfóbica em tempos de crise. Contemplamos, em nosso projeto, todos os temas, dada a complexidade que se encontra a população LGBTQI+, e, em particular, as mulheres trans e travestis trabalhadoras de sexo na cidade de Juiz de Fora.


Em decorrência de toda essa situação estamos compondo o Fórum de Segurança Alimentar para a Erradicação da Fome em Juiz de Fora, puxado pelo CRDH que iniciou suas atividades em 29 de abril de 2020, composto por diversas representações da sociedade civil organizada que tem por objetivos: a) Estabelecer uma rede unificada de apoio para as questões emergenciais de combate à fome; b) Desenvolver um Grupo de Estudos e Debates afim de atingir um diagnóstico detalhado e atualizado da situação de Segurança Alimentar nos lares juiz-foranos; c) A partir dos dois primeiros objetivos, erradicar a fome na cidade de Juiz de Fora. Mantemos as tele-reuniões, as três comissões de trabalho (a) Comunicação e Propaganda; b) Grupo de Estudos e Debates; c) Arrecadação e Distribuição de Alimentos; e d) Comissão Temporária para Assuntos Emergenciais do Covid-19), Notas à Prefeitura de Juiz de Fora etc.


GESTÃO COLEGIADA DA EQUIPE COLETIVA DA CAMPANHA TRANSOLIDARIEDADE:

Alice Prado – Coordenadora do Grupo Trans

Bruna Rocha – Voluntária Colaboradora do CeR-LGBTQI+/UFJF

Brune Coelho – Voluntária Doutoranda em Psicologia do CeR-LGBTQI+/UFJF

Dandara Oliveira – Voluntária Mestranda em Serviço Social do CeR-LGBTQI+/UFJF

Julio Oliveira – Voluntário Colaborador do CeR-LGBTQI+/UFJF e Presidente da Comissão de Diversidade Sexual da OAB-MG

Marco José Duarte – Professor de Serviço Social e Coordenador do CeR-LGBTQI+/DIVERSE/UFJF e do GEDIS/CNPq/UFJF

Maria José Pereira – Psicóloga do CRDH-JF

Sarah Salles – Voluntária Colaboradora do CeR-LGBTQI+/UFJF e Membra da Comissão de Direitos Humanos da OAB-MG

Xuxu – Artista/Mc e Ativista

Conjunto de estudantes de graduação, bolsistas e voluntários, de Extensão, TP e PIBIC do CeR-LGBTQI+/DIVERSE e GEDIS, atuando de forma remota


[1] MUDAMOS A PLATAFORMA DE ARRECADAÇÃO! Saímos da Vakinha e migramos para o Abacashi.

A razão da mudança foi que acompanhando as notícias verídicas, soubemos que o acampamento da milícia bolsonarista "300 do Brasil" tinha financiamento coletivo pela mesma plataforma, a Vakinha. Mesmo sabendo recentemente que os gestores da mesma tenha suspendido a campanha do site, depois de muita pressão, em decorrência da líder do movimento e extrema direita, Sara Winter, ter sido alvo da Polícia Federal, no âmbito do inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que apura a disseminação de fake news. Decidimos ir para o site Abacashi porque não sabemos se o dinheiro arrecadado vai ser devolvido para os apoiadores ou para a milícia armada. Embora a empresa tenha divulgado que quando um projeto de financiamento é cancelado as doações são retornadas aos colaboradores. Não pactuamos com o fascismo, porque para nós todas as vidas LGBTQI importam e essa milícia de extrema direita é a mesma que vem matando a população LGBTQI, em particular as travestis e mulheres trans, alvo da nossa campanha TranSolidariedade.


[2] A OutRight Action Internacional lançou um Fundo Global de Emergência LGBTIQ da COVID-19 para oferecer recursos financeiros de emergência para organizações LGBTIQ em todo o mundo que atendem pessoas afetadas pela COVID-19 e apoiar o trabalho da OutRight para documentar e responder a situações de crise nas comunidades LGBTIQ. A referida ONG internacional arrecada fundos para o seu Fundo Global de Emergência COVID-19 LGBTIQ e a partir daí poder distribuir entre os projetos selecionados por ela. Assim, como o recebimento desse financiamento é em dólar, a ONG IEC/CRDH além de executora do projeto elaborado de forma conjunto com o CeR-LGBTQI/DIVERSE, é a que fará toda a administração financeira do mesmo, caso venhamos a ser selecionados.

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